
A sobreexposição a ecrãs – que agravou com a pandemia, os confinamentos, e adoção do teletrabalho – convidou a uma reflexão sobre a vivência interna das dinâmicas da pós-modernidade. O dispositivo móvel e iluminado como elemento de mediação do real. Um filtro autoinfligido, mas adotado de forma massificada.
Esta peça reflete, por um lado, dinâmicas clássicas da História da Arte – a natureza morta, a linha do horizonte, a pintura analógica – e, por outro, a ideia da presença mediática constante instalada pelas redes sociais. “Please don’t Instagram me: I just want to live and perish”.
Todos somos simultaneamente vítimas e cúmplices das redes, da cultura Pop (desde quando um pêssego tem de ficar preso a um frame?), da partilha de fotografias de comida, da constante criação de memes. A peça homenageia o passado, critica o presente, e procura estimular uma reflexão para a qual, na verdade, não tem qualquer resposta.
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